“Muitos males cercam a garota que estupidamente pinta seu cabelo com uma falsa cor.” A crítica do poeta Propércio, do século 1 a.C., visava as que clareavam seus cabelos para imitar as gaulesas e germânicas. Copiar mulheres de povos bárbaros, portanto estúpidos, era sinal de estupidez.
Mas Roma caiu, os bárbaros se civilizaram e o preconceito continua. A teoria para a duração do mito vem da biologia: “Fios louros são comuns em crianças e tendem a escurecer quando crescemos. Portanto, cabelos claros são associados a infantilidade, ingenuidade e menor habilidade com a linguagem” , diz a Encyclopedia of Hair. Prato cheio para Hollywood, Gabriel, o Pensador e o festival de piadas de Tom Cavalcante.
Mas as loiras têm motivos para comemorar: pesquisadores da Universidade de Queensland, Austrália, concluíram que elas têm salários 7% maiores do que mulheres com outra cor de cabelo. Por quê? Para David Johnston, coordenador do estudo, “A associação entre loiras e beleza prevalece sobre qualquer estereótipo de que elas sejam menos inteligentes”. É o machismo superando o preconceito.
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